Desafiados pelo tempo presente, os historiadores voltam seus olhos para o passado, elegendo continuamente novos ou recorrentes objetos de investigação. A relação entre presente e p assado na escolha temática é visível no tocante aos estudos migratórios, sendo possível observar que estes vêm crescendo significativamente, à medida que, sob a pressão de múltiplos fatores, as migrações tornam-se pauta obrigatória nas agendas política e mediática. As inúmeras perplexidades despertadas pelas contradições existentes entre abertura de mercados e políticas restritivas aos deslocamentos humanos, em tempos de 'globalização; com destaques para imigrantes econômicos, explicam o interesse amplo que o tema vem despertando, invadindo, cada vez mais e com maior impacto, o universo acadêmico. Não há dúvidas quanto ao fato da História vir contribuindo, de forma expressiva, p ara que novas perspectivas de análise enriqueçam a compreensão de um tema que vem assumindo centralidade cada vez mais visível na política dos diferentes Estados. A busca de novas fontes vem sendo desafio constante para os historiadores, destacando-se processos judiciais ou policiais, cartas e a oralidade, transformada em depoimentos memorativas, estes últimos capazes de preencher importantes lacunas, principalmente com relação a recortes de gênero. Com essas novas fontes e abordagens, a História vem permitido a ampliação dos diálogos entre o nacional e o internacional, entre o "eu" e o "nós", entre as práticas e as representações e entre processos legais e processos de bastidores, enriquecendo, dessa forma, o conhecimento sobre o tema.