Estudos

DE ALÉM-MAR À TERRA DA GAROA: TRAVESSIAS PORTUGUESAS

Yvone Dias Avelino
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A presente comunicação estuda as atividades dos imigrantes portugueses em São Paulo, sobretudo aqueles que se tornaram panificadores e padeiros durante o pós-Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 40 e 50.

Estudar e analisar o tema da e/imigração é, sem dúvida, privilegiar a questão do trabalho e da demografia, entre outras igualmente importantes. A partir do momento em que essas pessoas vivenciaram a experiência de deixar o seu país de origem para ingressar em outras terras desconhecidas, em caráter definitivo ou por longo tempo, sonhavam com uma vida melhor, que devia ser concretizada por meio do esforço pessoal e da dedicação ao trabalho.

Tema de suma importância para a historiografia brasileira, a e/imigração tem sido privilegiada pelos historiadores e cientistas sociais, pois uma das maiores características da formação da identidade brasileira está na mistura de raízes étnicas, que marcaram presença por meio de suas atividades culturais tradicionais e foram transplantadas para o Brasil, principalmente por meio da imigração de portugueses, italianos, alemães, espanhóis, japoneses, sírio-libaneses, russos, húngaros, poloneses, armênios, afro-descendentes e judeus que, conjuntamente com as etnias nativas, europeias e afro-descendentes, formaram o povo brasileiro. 

A região sudeste, especificamente a cidade de São Paulo, conhecida como Cidade da Garoa, por suas constantes chuvinhas vindas da Serra do Mar, ao final das tardes, foi o principal destino para esses imigrantes. Não nos esqueçamos também de que nesse período outros sujeitos vindos do norte e nordeste brasileiro, junto desses personagens, coloriram o cenário, trazendo também uma riqueza de sons, cores e sabores, mas como os portugueses, aspiravam principalmente à necessidade de uma colocação no mercado de trabalho.