Estudos

PRESENÇA (A) PORTUGUESA NO PARANÁ: TRABALHO, INTEGRAÇÃO E SOCIABILIDADE

Celina Fiamoncini
Giseli Cristina Passos
Roseli Boschilia
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Ao chegar à capital da província do Paraná, em 1 870, o engenheiro inglês Thomas BiggWither comparou a cidade de Curitiba a um acampamento de guerra, no qual as pessoas pareciam estar sempre na eminência de partir. Nesse momento, a capital do Paraná, recém emancipada de São Paulo, com pouco mais de doze mil habitantes, efetivamente carecia de
investimentos na área de infraestrutura, sobretudo no que se referia à iluminação pública, arruamento e transporte. Contudo, timidamente, despontava como um espaço promissor para forasteiros que estivessem em busca de trabalho.

Esse crescente interesse devia-se, em grande parte, a conjuntura económica favorável que a jovem província vivenciava, graças à produção e exportação da erva mate. Todavia, com os esforços voltados exclusivamente para a economia do mate a produção de gêneros de subsistência ficara relegada a um segundo plano, o que provocou a carência desses produtos no mercado. Na tentativa de suprir essa demanda, o governo provincial estabeleceu políticas de imigração, visando incentivar a vinda de colonos europeus interessados em atuar na área de produção de hortigranjeiros. A instalação de grande contingente de imigrantes nos arredores da capital paranaense, contribuiu favoravelmente não só para o crescimento urbano como também para o incremento do comércio e da indústria, abrindo novas frentes de trabalho.

Diante desse panorama promissor, a província recebeu novos grupos de imigrantes que para lá se dirigiram de modo espontâneo. Entre esses estavam, especialmente, indivíduos de origem germânica e portuguesa. Enquanto os primeiros vinham da província vizinha de Santa Catarina - onde haviam sido instalados anteriormente pelo governo - os portugueses eram procedentes de São Paulo e Rio de Janeiro.