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EMIGRAÇÃO (A) DO DISTRITO DE BRAGANÇA PARA O BRASIL NO SÉCULO XIX (1884-1890)

Maria da Conceição Cordeiro Salgado
Documento PDF A EMIGRAÇÃO DO DISTRITO DE BRAGANÇA PARA O BRASIL NO SÉCULO XIX (1884-1890).pdf

O distrito de Bragança está integrado actualmente na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, cobre uma área de 6.598.7 Km2 e compreende 1 2 concelhos: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. Situa-se no extremo norte do país, confina, a oeste, com o distrito de Vila Real e está separado de Espanha e do distrito da Guarda pelo rio Douro.

Apresenta um relevo fortemente acidentado e montanhoso, distante do litoral e dos grandes centros de decisão, o que o torna numa região virada para si, "vivendo vida rude e selvagem", levando as suas populações a criar mecanismos de auto regulação. Essa interioridade, agravada pela ausência de acessibilidades, faz dele uma região quase esquecida, ao mesmo tempo que as suas populações são votadas a um total isolamento: "O distrito de Bragança mais tem parecido filho órfão e enjeitado, do que um membro da grande família deste país pelo que respeita à viação pública", sendo olhado com "desigualdade em relação aos outros distritos, mais ou menos contemplados no progresso e melhoramento".

Com uma população de 164.049 em 1864, 175.617 em 1878, e 179.678 em 1890, foi sempre um distrito eminentemente rural, possuindo apenas uma cidade - Bragança - simultaneamente capital do distrito. Vivendo de uma agricultura não só "pobre, como definhada, chega ao estado de aviltamento, porque os produtos quando abundam, morrem arreigados ao solo, não têm procura nem podem concorrer em qualquer mercado".