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CRIMINALIDADE E ETNICIDADE NA MANAUS DA BÉLLE ÉPOQUE

Paulo Marreiro dos Santos Júnior
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A presença portuguesa - em maior medida - deixou reflexos na historiografia e nas memórias e imaginário das populações do Amazonas, principalmente nas de Manaus, capital do estado.

Na parca historiografia local, os portugueses têm sido ressaltados como ícones da tríade trabalho, poupança e ascensão social, associados também a outros símbolos como os de "hábitos sofisticados", civilizadores, povoadores, robustos, laboriosos, disciplinados, representações grafadas pela História, corroborando com a ideia de que o português era o que havia de melhor para ocupar e progredir a região.

Mas, o que tem sido hegemônico na historiografia e senso locais, é produto de construção de sentidos ou de "verdades" discursivas historicamente formuladas?

O enfoque dado a e/imigração portuguesa para a região, no âmbito local, vem sendo formado por modelos discursivas, estabelecendo sentidos hegemônicos, quase uníssonos, pautados em mecanismos de consentimento e de proibição, às vezes de imposição, determinando o que é e não é permitido no discurso, o que será ou não será afrontoso à comunidade portuguesa e seus descendentes da região.

A produção de sentidos, resultado da experiência da e/imigração portuguesa para a região, vem deixando suas marcas, pois foram construídos em contextos de disputas de poder, de desejos, refreando outras "verdades" de intuitos similares.

Similitudes à indolência, desregramento, covardia, desalento, malandragem e descompromisso
foram traçados sobre o mesmo processo histórico. Discursos de origens diferentes, de além-mar, objetivando finalidades díspares.