Os estudos sobre e/imigração, sei a do ponto de vista em que são tomados ou da metodologia em que se baseiam, merecem especial atenção.

Os referidos estudos constituem um tema ímpar nestes dias em que a comunidade dos historiadores parece trabalhar tão dedicadamente em assuntos de interesse individual, personalista, e nos quais as divisões internas valem mais do que o trabalho coletivo. O fenômeno da e/imigração estorva esta lógica de objetos micros, facetados, subjetivados ao extremo, lógica esta que teima em se apresentar renitente. Ou melhor, os reúnem sob um tema central.

Um bom caminho para a reflexão que autoriza os p es quisadores da e/imigração como produtores de um pensamento que congrega ao invés de multifacetar os esforços, é imaginar qual contribuição podem dar à comunidade em geral dos historiadores. E a resposta desponta: estamos procurando colocar em ação um tema e um conj unto de obj etos de pesquisa que promovem a solidariedade das pesquisas.

Tal reflexão ocorre quando nos defrontamos com a seguinte interrogação: qual a "função social: do tema da imigração no mundo atual e em que o conhecimento que estamos criando pode colaborar para "as pessoas viverem melhor"? Pode parecer uma questão ao mesmo tempo ingênua e pretensiosa, mas parece trazer de volta o sentido perdido do trabalho em história.

Deve-se - e ao valorizar a e/imigração efetívamente o fazemos - trabalhar considerando um duplo movimento : por um lado, não se p odem criar objetos para nossas pesquisas específicas sell). levar em conta as preocupações que gravam o mundo no qual vivemos. Isto é, deve-se tirar do mundo os assuntos que ele próprio nos oferece como problemas. Por outro, o nosso trabalho
não teria sentido se ao abordarmos questões presentes nas preocupações das pessoas não procurássemos, por meio da reflexão isenta, retribuir dando explicações e fazendo propostas às questões sociais importantes. A articulação entre história e memória aqui se faz necessária. Entre identidade e tradição.